quarta-feira, 31 de março de 2010

Estudo para 1 de Abril de 2010

Pela primeira vez desde 13 de janeiro o Ibovespa conseguiu fechar acima dos 70 mil pontos. Nesta quarta-feira (31) o índice teve alta de 0,59%, a 70.371 pontos. Em março, a valorização foi de 5,82%, melhor marca desde novembro passado. O volume financeiro totalizou R$ 6,47 bilhões no pregão e o índice fechou no maior patamar desde 12 de janeiro.

Entre os mercados globais, pesaram os indicadores divergentes e o movimento de correção, e as bolsas fecharam em queda nos EUA e sem tendência definida na Europa. Enquanto o volume de encomendas à indústria nos EUA subiu e veio acima do esperado em fevereiro, a atividade industrial na região de Chicago ficou abaixo do esperado pelo mercado em março, e o setor privado norte-americano cortou 23 mil vagas de emprego entre fevereiro e março, resultado que frustrou o mercado.

Por aqui, o destaque da agenda ficou por conta do Relatório Trimestral da Inflação, por meio do qual o Banco Central mostrou-se temeroso quanto à crescente possibilidade de que a inflação no País fique acima do centro da meta em 2010: a estimativa é de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fique em 5,2% neste ano.

O caminho foi tortuoso, mas a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o mês com valorização de 5,82%, melhor desempenho mensal desde novembro do ano passado. Com isso, a aplicação em renda variável liderou o ranking de investimentos acompanhados pelo Valor Online.

Vale lembrar que os ganhos acumulados no mês aconteceram mesmo dentro de um cenário externo conturbado, principalmente pelas dúvidas envolvendo a dívida soberana da Grécia. A questão segue no radar dos agentes agora em abril, assim como a evolução da política monetária na China. Pelo lado doméstico atenção ao vencimento do Ibovespa futuro, que acontece no dia 14 de abril.

Também ganhou dinheiro no mês quem manteve uma postura mais conservadora e comprou ouro. O metal precioso apresentou valorização de 4,28% em março. Os investidores de renda fixa também ganharam em março. O CDI apresentou variação positiva de 0,76%, e o CDB subiu 0,70%. A tradicional caderneta de poupança encerra a lista de ganhadores, com avanço de 0,58% no mês.

Quem se aventurou pelo câmbio acabou perdendo dinheiro. O euro fechou o mês acumulando queda de 2,41%. Já o dólar comercial, apesar da forte volatilidade no final do mês, se desvalorizou em 1,44% e encerrou o mês cotado a R$ 1,781 na venda.

No acumulado de 2010 o quadro é o seguinte: o ouro lidera o ranking, com valorização de 9,68%, seguido pela Bovespa, com alta de 2,60%, e pelo dólar, que tem ganhou de 2,18%. Ainda no câmbio, mas com sinal contrário, o euro registra baixa de 3,98%. Já na renda fixa, o CDI ganha 2,02%, e o CDB sobe 2,09%. A caderneta de poupança tem retorno de 1,59%.

Bolsa
As ações da TAM lideraram com folga os ganhos do Ibovespa neste pregão. A empresa registrou lucro líquido de R$ 143,9 milhões no período, melhora frente às perdas de R$ 1,2 bilhão amargadas no mesmo período de 2008. A empresa ainda comunicou a separação dos cargos de comando da holding e da TAM Linhas Aéreas, com Marco Antonio Bologna indicado para o cargo de diretor presidente da controladora.

Os papéis das empresas operadoras de cartões de crédito também avançaram na sessão. A CDEIC (Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio) da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para discutir as propostas em estudo pelo Banco Central para regulamentar as operações envolvendo cartões de crédito. Participam do evento o vice-presidente do setor de cartões de crédito do Itaú Unibanco, Márcio de Andrade Schettini, o presidente do Citicard-Credicard, Leonel Andrade, e o presidente da Cielo, Rômulo Dias. As ações da Cielo e da Redecard avançaram, sendo que a última teve a maior valorização no mês de março dentro dos papéis que compõem o Ibovespa.

A Eletrobras reportou um lucro líquido de R$ 1,706 bilhão no quarto trimestre do ano passado, acumulando ganhos de R$ 170,5 milhões em todo o exercício de 2009. A empresa enviou comunicado negando ter aprovado a isonomia para a distribuição de resultados referentes ao ano de 2009 entre os acionistas detentores de ações preferenciais classe B e ordinárias, conforme reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico. Os papéis da estatal fecharam em queda.

OPA Hypermarcas
A empresa de bens de consumo Hypermarcas levantou R$ 1,2 bilhão com sua oferta primária de ações, de acordo com informações disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Cada ação no âmbito da oferta saiu a R$ 21, o que representa um deságio de 3,4% sobre o preço de fechamento do papel na Bovespa nesta quarta-feira, de R$ 21,75. A oferta envolve um total de 58.696.000 ações.

Noticiário
O diretor de política econômica do Banco Central, Mário Mesquita, deixou o cargo que ocupou por quase quatro anos devido a "motivos pessoais". De acordo com o BC, Mesquita vai se "dedicar a novos projetos profissionais". A saída do diretor já era aguardada pelo mercado.

Ainda com relação ao BC, o governo brasileiro apresentou um superávit primário de R$ 859 milhões durante o mês de fevereiro, segundo dados da Nota de Política Fiscal. O número mostra um forte recuo em comparação com janeiro, quando o saldo positivo foi de R$ 16,185 bilhões. Com isso, o superávit primário acumulado em 2010 atingiu R$ 17 bilhões, superando em 0,95 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto) o valor alcançado no mesmo período do ano anterior.

Petróleo

Contrariando os indicadores norte-americanos desta quarta-feira (31), as cotações de petróleo fecharam em alta durante o dia. A queda do dólar frente ao euro contribuiu para o avanço dos preços, atingiram o maior patamar desde outubro de 2008 em Nova York.

A cotação do barril do petróleo Brent, negociado no mercado de Londres, fechou a US$ 82,70, com alta de 1,74% em relação ao último fechamento. Enquanto isso, o contrato de maior liquidez no mercado de Nova York, com vencimento em abril, fechou cotado a US$ 83,76 por barril, subindo 1,92% frente ao fechamento anterior.

Dólar
Assim como foi visto nas outras sessões desta semana, o dólar comercial permaneceu durante todo o dia no vermelho, apesar da instabilidade vista nos mercados. Acentuando suas perdas nas últimas horas de negociações, a moeda fechou com desvalorização de 0,78%, sendo cotado na venda a R$ 1,781. Com e a terceira queda consecutiva, a divisa norte-americana acumulou em março um recuo de 1,55%.

Vale lembrar que esta quarta-feira marca o dia de formação da Ptax que referenciará a liquidação dos contratos futuros de dólar de abril no segmento BM&F, fator que tem tido influência na movimentação do dólar durante esta semana. O Bacen mostrou, no fluxo cambial, que a entrada de dólares no Brasil superou a saída em US$ 1,53 bilhão durante o mês de março (até o dia 26), levando o resultado acumulado em 2010 para US$ 2,206 bilhões.

Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou em baixa de 0,53% e atingiu 2.398 pontos. Seguindo esta tendência, o índice Dow Jones desvalorizou-se 0,47% a 10.857 pontos, da mesma forma, o índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, caiu 0,33% a 1.169 pontos.

Na Europa, o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt registrou leve alta de 0,18% e atingiu 6.154 pontos; no mesmo sentido, o índice FTSE 100 da bolsa de Londres valorizou-se 0,13% a 5.680 pontos. Por outro lado, o CAC 40 da bolsa de Paris fechou em leve baixa de 0,34%, atingindo 3.974 pontos.

Na China, o índice SSE Composite, da bolsa de Xangai, cedeu 0,62% aos 3.109 pontos, após registrar elevação nas três últimas sessões. As ações do setor financeiro foram as mais afetadas pela realização de lucros e contribuiram para a queda do índice. O índice Hang Seng, de Hong Kong, também interrompeu uma sequência de três altas e terminou com 0,63% de queda aos 21.239 pontos.

No Japão, o índice Nikkei 225 terminou próximo da estabilidade, com leve baixa de 0,06% aos 11.086 pontos, puxado pelos papéis de empresas de tecnologia.



Renda Fixa
Repercutindo as referências da carregada agenda econômica doméstica, o mercado de juros futuros fechou em alta, e o título com maior liquidez, de janeiro de 2011, fechou cotado a 10,39%, estável frente ao último fechamento.

No mercado de títulos da dívida externa, o Global 40, com maior liquidez, era cotado a 133,45%, também estável em relação à véspera. Já o risco-país era cotado a 184 pontos-base no fechamento dos mercados, alta de 3 ponto-base frente ao fechamento anterior.

Confira os eventos previstos para quinta-feira
Por aqui, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga a Pesquisa Industrial Mensal de fevereiro, que acompanha a evolução do nível de produto na indústria brasileira.

Nos EUA, destaque para o onstruction Spending de fevereiro, que mede os gastos decorrentes da construção de imóveis, e para o ISM Index referente ao mês de março, responsável pela mensuração do nível de atividade industrial no país. Também será divulgado o tradicional Initial Claims, com o número de pedidos de auxílio-desemprego em base semanal.

(Com dados do Infomoney e Valor Online)

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