quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estudo para 9 de Setembro de 2010

Contrariando o ânimo nos principais mercados internacionais, o Ibovespa fechou esta quarta-feira (8) em queda, puxado pela desvalorização das ações da Petrobras e da Vale. O principal índice da bolsa paulista recuou 0,51%, para 66.407 pontos. O volume financeiro registrado no dia chegou a R$ 5,69 bilhões.

Lá fora, o noticiário norte-americano e europeu, bem como o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mexeu positivamente com as perspectivas dos investidores. Mas, por aqui, o otimismo externo não foi suficiente para ofuscar as perdas de papéis de peso no índice paulista, principalmente em meio ao notíciário envolvendo as companhias de commodities. Tendo operado todo o intraday em queda, o Ibovespa atingiu a miníma de 66.101 pontos na sessão.

Após consecutivos pregões sendo um dos destaques positivos do Ibovespa, as ações da Petrobras figuraram entre as principais perdas do índice neste pregão, repercutindo o pedido de paralisação das atividades na plataforma P-35, feito pelo sindicato dos petroleiros. Diante disso, os papéis ON e PN da estatal recuaram mais de 4% no dia.

Em nota enviada nesta quarta-feira, a petrolífera desmentiu os rumores de interdição na plataforma, alegando que as operações já haviam sido paralisadas para uma manutenção programada.

A companhia também ganhou destaque no noticiário por conta das informações publicadas no site da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mostrando que foram encontrados indícios de petróleo no campo Baleia Franca, na Bacia de Campos. A descoberta foi feita no poço 7BFR6ESS, em lâmina d’água de 1.401 metros, operado pela Petrobras.

As companhias de energia também se destacaram na ponta negativa do índice na sessão.

No campo corporativo, destaque para desvalorização das ações da Petrobras, que contribuiu para que a Bovespa caminhasse em sentido contrário de Wall Street. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) terminaram a jornada com recuo de 4,43% a R$ 27,80; enquanto as ordinárias (PETR3) devolveram 4,62% a R$ 31,80.

Vale PNA (VALE5) caiu 1,93% a R$ 41,69. A mineradora disse hoje que planeja emitir, através de sua subsidiária Vale Overseas, bônus de 10 anos e reabrir os bônus 6,875% com vencimento em 2039.

Dentre as demais ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 1º de setembro a 31 de dezembro) Itaú Unibanco PN (ITUB4) depreciou 0,13% a R$ 37,45; BM&FBovespa ON (BVMF3) valorizou 3,41% a R$ 13,65; e OGX ON (OGXP3) ganhou 4,18% a R$ 20,20.

Na ponta vendedora, Eletropaulo PNB cedeu 5,38% a R$ 30,96; CPFL Energia perdeu 5,01% a R4 39,20; e Cemig teve queda de 4,31% a R$ 26,65.

Além de OGX e BM&FBovespa, os outros destaques de compras ficaram por conta de Embraer ON com avanço de 2,76% a R4 11,55; TIM ON apresentou elevação de 2,35% a R$ 6,98; e Telesp PN registrou apreciação de 2,2% a R$ 41,60.

Agenda
Por aqui, o destaque da agenda econômica ficou por conta do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal), que marcou inflação de 0,17% na semana terminada em 7 de setembro, 0,25 ponto percentual acima da apurada na medição anterior.

Nos EUA, a economia segue se recuperando a passos lentos, revelou nesta quarta-feira o Livro Bege do Federal Reserve. Compilado pelas 12 unidades regionais do Fed, o documento afirma que “o crescimento econômico em ritmo moderado foi a descrição mais comum das condições”. Já as pressões inflacionárias seguem moderadas.

O Livro Bege, que se refere ao período entre a metade de julho e o final de agosto, também mostrou que, apesar de ainda estar crescendo em ritmo moderado, a economia mostra mais sinais de desaceleração do que nos períodos anteriores.

Além disso, o banco central norte-americano também divulgou nesta sessão o Consumer Credit, que revelou recuo ajustado sazonalmente de US$ 3,6 bilhões no montante de crédito concedido ao consumidor norte-americano na passagem entre junho e julho. O resultado veio melhor do que indicavam as projeções, de recuo de US$ 5,2 bilhões no período. No total, o crédito concedido chegou a US$ 2,422 trilhões. Este é o sexto recuo consecutivo da base de crédito ao consumidor nos EUA.

Ainda por lá, o presidente dos EUA, Barack Obama, declarou que o país não pode arcar com a extensão dos incentivos fiscais dados na era Bush aos mais ricos, ao mesmo tempo em que voltou a defender o pacote de US$ 50 bilhões para investimentos em infraestrutura. Obama pretende estender os cortes para cidadãos com renda anual até US$ 250 mil. “Eu acredito que devemos tornar os incentivos fiscais para a classe média permanentes”, afirmou.

Petróleo

Acompanhando a melhora do humor nos mercados, as cotações de petróleo fecharam em alta em Nova York nesta quarta-feira (8). A perspectiva de retomada do consumo de óleo bruto nos EUA animou os investidores, bem como a boa demanda pela emissão de títulos de dívida soberana de Portugal.

Na bolsa de Nova York, o preço do contrato mais líquido, com vencimento outubro, apresentou alta de 1,13%, ficando em US$ 74,60. Contudo, em Londres, o barril brent apresentou leve queda, registrando baixa 0,23%, e fechando a sessão a US$ 77,17.

Dólar
Operando no campo negativo durante todo o intraday, o dólar comercial fechou nesta quarta-feira em queda pelo sexto dia seguido. A modesta desvalorização de 0,12% fez com que a moeda fechasse cotada na venda a R$ 1,725, se aproximando ainda mais da mínima de 2010, de R$ 1,721, alcançada em 4 de janeiro. Nas últimas seis sessões, suas perdas acumulam 1,99%.

A trajetória manteve-se negativa mesmo com a dupla intervenção realizada pelo Banco Central do Brasil no mercado cambial. A primeira compra de dólares da autoridade monetária ocorreu por volta das 12h30 (horário de Brasília), com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7236. Já a segunda ocorreu entre as 15h56 e as 16h06, com taxa de R$ 1,7248.

Ainda no front doméstico, o fluxo cambial mostrou que a saída de dólares do País superou a entrada em US$ 680 milhões durante o mês de agosto. Durante o período, o saldo financeiro ficou positivo em US$ 1,203 bilhão. Contudo, esse número foi ofuscado pelo resultado deficitário em US$ 1,884 bilhão do saldo comercial.

Sobre as intervenções diárias no câmbio, o BaCen informou que adquiriu US$ 3,042 bilhões no mercado à vista durante o oitavo mês do ano - a segunda maior compra mensal no ano. Somando esse montante aos US$ 157 milhões adquiridos nos três primeiros dias de setembro, o total comprado pelo BC desde o início do ciclo de intervenção, em maio de 2009, chegou a US$ 46,237 bilhões.

Análise Técnica

Retornando do feriado IBOV se descola do DJ e corrige, principalmente devido à forte queda de PETR4.



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