quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Estudo para 17 de Setembro de 2010

Pressionado pelo clima negativo nas bolsas externas, trazido por indicadores econômicos norte-americanos e rumores de que a China pode adotar novas medidas restritivas para seu mercado de crédito, o Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (16) em queda de 0,65%, a 67.662 pontos. O volume financeiro movimentado neste dia chegou a R$ 4,76 bilhões.

Em linhas gerais, o mercado repercutiu a agenda de indicadores dos Estados Unidos, que trouxe preocupação com o desempenho da indústria no país. O clima adverso nas bolsas foi influenciado ainda por dados negativos revelados no Velho Continente.

A performance negativa do Ibovespa também refletiu nesta sessão os rumores de que o governo chinês planeja elevar as restrições aos empréstimos dos bancos no país. A notícia traz cautela ao mercado brasileiro, visto que a China é atualmente nosso principal parceiro comercial no exterior.

Por aqui, notícias positivas sobre o mercado de trabalho nacional não foram suficientes para ofuscar a pressão externa. Em meio a este cenário, o principal índice de ações da bolsa paulista chegou a atingir a mínima no intraday de 67.507 pontos próximo às 15h00, o que configurava uma baixa de 0,88% em relação ao fechamento do Ibovespa no dia anterior (68.106).

Destaques corporativos
Na ponta negativa do Ibovespa no dia ficaram os ativos da TAM. A empresa divulgou na véspera seus dados de tráfego aéreo referentes ao último mês.

Também registraram baixas os ativos da Petrobras, já que esta quinta-feira marca o término do prazo de reservas para pessoas não-vinculadas que desejem participar da oferta prioritária, em que é garantido o direito de subscrição, respeitando-se o limite proporcional, e também da adesão de até 30% do FGTS daqueles que já tem parte do fundo de garantia no capital da empresa.

Depois disso, faltarão apenas os pedidos feitos pelos investidores do varejo e pelos fundos com participação na capitalização para finalizar o processo antes da precificação das ações, agendada para o próximo dia 22.

Alguns analistas de mercado atribuem estas sucessivas quedas das ações da Petrobras como resultado da pressão dos investidores para formar um preço de subscrição mais atrativo.

Já a ponta positiva do Ibovespa foi ocupada pelas ações da B2W. Os papéis das varejistas, em geral, sofreram valorizações nesta sessão por conta da maior intenção de consumo revelada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). Além disso, dados positivos do mercado de trabalho nacional também elevaram as boas perspectivas ao setor.

Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 1º de setembro a 31 de dezembro) Vale PNA (VALE5) caiu 0,56% a R$ 42,26; Petrobras PN (PETR4) recuou 0,34% a R$ 26,36; Itaú Unibanco PN (ITUB4) perdeu 0,97% a R$ 38,90; BM&FBovespa ON (BVMF3) depreciou 1,6% a R$ 14,19; e OGX ON (OGXP3) desvalorizou 2,29% a R$ 20,74.

Do lado negativo, TAM PN registrou queda de 3,58% a R4 38,03; Rossi ON devolveu 2,96% a R$ 16,40; e CCR Rodovias apresentou baixa de 2,54% a R$ 42,19.

No sentido inverso, B2W Varejo ON avançou 3,35% a R$ 30,50; Light ON subiu 2,66% a R$ 23,18; e Lojas Renner ON ganhou 2,42% a R$ 55,39.

Agenda
No front doméstico, a sessão contou com a divulgação de dados inflacionários. O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) marcou inflação de 0,31% na semana terminada em 15 de setembro, taxa 0,14 ponto percentual maior que a apurada na medição anterior. Esta foi a maior variação positiva desde a terceira semana de maio de 2010 (+0,47%).

Também na cena interna, foram geradas 299.415 vagas de trabalho em agosto, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O resultado, recorde para o mês, supera em 23,7% a melhor marca já registrada, em 2009, quando foram criados 242.126 postos de trabalho.

Ainda por aqui, o indicador ICF (Intenção de Compra das Famílias) mostrou que a intenção de consumo das famílias subiu em setembro pela quinta vez consecutiva, de acordo com dados divulgados pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). O índice passou de 134,4 pontos para 135,2, após registrar leve alta de 0,6% na passagem de um mês para o outro. Abaixo de 100 pontos, o índice revela uma percepção de insatisfação e, acima deste patamar, indica satisfação, que pode chegar a 200 pontos.

Nesta sessão, o mercado também repercutiu a notícia de que o governo pode rever suas projeções para o avanço do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2010, como afirmou na véspera o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o ministro, a previsão de crescimento para o ano deve aumentar de 7% para cerca de 7,3% ou 7,4% depois da divulgação dos dados do terceiro trimestre.

Destaques lá de fora
Na agenda norte-americana, o nível de atividade industrial na região da Filadélfia marcou 0,7 ponto negativo, enquanto a projeção dos analistas era de 2 pontos positivos, ofuscando assim o menor número de novos pedidos de auxílio-desemprego no país durante a última semana.

O Initial Claims registrou um total de 450 mil novos pedidos no período, melhor que o esperado pelos analistas, cujas projeções giravam em torno de 460 mil. Do mesmo modo, o indicador ficou abaixo do número registrado na semana anterior, que foi de 453 mil solicitações, conforme os dados revisados.

Outro indicador de peso por lá mostrou que o déficit em conta corrente do país atingiu US$ 123,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, ficando menor do que as expectativas de mercado, que giravam em torno de US$ 125 bilhões. Os dados foram revelados pelo Departamento do Tesouro dos EUA.

A Europa também contribuiu para o clima adverso nas bolsas globais, com as vendas no varejo do Reino Unido recuando 0,5% em agosto, a primeira queda mensal desde janeiro deste ano – em julho, foi indicado um crescimento de 0,8%. Além disso, a FedEX revelou lucro trimestral abaixo do previsto pelo mercado e anunciou planos de demissão de 1.700 funcionários.

Dólar
Após ter subido 1,1% na véspera, repercutindo as sinalizações do governo de que novas medidas para conter a apreciação do real poderiam ser anunciadas, o dólar comercial voltou a cair nesta quinta-feira, apesar do mau humor instaurado nos mercados. Com desvalorização de 0,64%, a moeda fechou cotada na venda a R$ 1,716.

O destaque ficou com o Banco Central, que manteve ativa sua jornada dupla de compra de dólares no mercado cambial à vista. Após ter intervido por volta das 12h10 (horário de Brasília), a autoridade monetária comprou mais divisas entre as 15h42 e as 15h52, com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7188.

(com dados do Infomoney e Último Instante)

Análise Gráfica





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