quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Estudo para 10 de Setembro de 2010

Apesar das incertezas sobre o ritmo de recuperação da economia dos Estados Unidos ainda persistirem, o recuo do número de pedidos de auxílio-desemprego (initial claims) no país para 451 mil - melhor que as expectativas que esperavam 470 mil novos pedidos - ajudou a fortalecer a confiança dos investidores nesta quinta-feira, o que impulsionou os ganhos nas principais bolsas de valores mundiais.

Além disso, a balança comercial norte-americana também registrou défict menor do que no mês anterior e mostrou certa recuperação das exportações do país. A balança comercial norte-americana registrou déficit de US$ 42,8 bilhões em julho, com as exportações totalizando US$ 153,3 bilhões e as importações somando US$ 196,1 bilhões.

Por lá, o mercado acionário terminou em alta pelo segundo dia seguido. O índice industrial Dow Jones avançou 0,27% para 10.415 pontos. O S&P 500 teve apreciação de 0,48% para 1.104 pontos e a bolsa eletrônica Nasdaq ganhou 0,33% para 2.236 pontos.

No entanto, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) advertiu que o arrefecimento nos países ricos vai ser "um pouco mais lento do que o esperado" inicialmente, mas acredita que será "temporário" e considera "pouco provável" uma nova recessão.

Este é o resumo do relatório provisório de perspectivas da OCDE divulgado pelo economista-chefe, Pier Carlo Padoan, que justificou como causa "uma série de incertezas". Pelas previsões do relatório, o crescimento dos países do Grupo dos Sete (G7, que reúne as principais nações ricas) terá um ritmo anual de 1,6%, contra 1,7% previsto em maio, e isso é consequência dos resultados de 3,2% no primeiro trimestre e de 2,5% no segundo.

No Velho Continente, o dia foi de agenda carregada. Logo cedo o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu manter a taxa de juros básica no país em 0,5% ao ano, em linha com o que o mercado esperava.

Também no Reino Unido, a balança comercial registrou déficit de 4,9 bilhões de libras esterlinas (US$ 7,54 bilhões) em julho, ante déficit (revisado) de 3,9 bilhões de libras esterlinas (US$ 6 bilhões) em junho, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatística (ONS, na sigla em inglês).

Na Alemanha, a inflação dos preços ao consumidor em agosto foi confirmada na taxa anual de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informações da agência de estatísticas do país. Na comparação mensal, o índice de preços ao consumidor se manteve praticamente estável (1,2%). O índice de preços harmonizado para a União Europeia foi revisado para mostrar alta de 0,1%, após a leitura estável divulgada inicialmente.

Por sua vez, o Banco Central Europeu (BCE) revisou hoje para cima as previsões de crescimento econômico da zona do euro para 2010, que se situará entre 1,4% e 1,8%, segundo o boletim de setembro. De acordo com a análise do BCE divulgado hoje, o crescimento na zona do euro para 2011, também revisado em alta, estará entre 0,5% e o 2,3%.

No mercado doméstico, mesmo com a pressão exercida pelas ações da Petrobras, a Bolsa de Valores de São Paulo sustentou um pregão em alta nesta quinta-feira. O Ibovespa, que chegou a testar o campo negativo, fechou esta jornada com avanço de 0,33% aos 66.624 pontos. O giro financeiro somou R$ 4,87 bilhões.

No cenário de câmbio, nem mesmo as interferências do Banco Central por meio de leilão de compra de dólar no mercado à vista foram suficientes para interromper uma série de sete quedas seguidas da moeda norte-americana.

Apesar de tratar-se de uma operação normal, chamou a atenção o fato, de assim como ocorrido ontem, a autoridade monterária fazer dois leilões de compra no mesmo dia. No primeiro leilão, o BC comprou dólares a R$ 1,7236, no segundo comprou a R$ 1,7242.

A divisão até ensaiou fechar estável, mas ao final da sessão, o dólar fechou cotada a R$ 1,721 na compra e R$ 1,723 na venda, uma leve desvalorização de 0,11%. No segmento futuro, os contratos para outubro eram negociados, há pouco, em queda de 0,17% a R$ 1,731.

Na renda fixa, os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) terminaram a jornada em queda, amparados no teor divulgado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e na leve alta de 0,04% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que veio abaixo da expectativa do mercado.

Os contratos para outubro e novembro deste ano marcaram estabilidade em relação ao fechamento de ontem, a 10,62% e 10,63%, respectivamente. Janeiro de 2011, por sua vez, recuou 0,02 p.p. a 10,65% e janeiro de 2012 passou de 11,36% para 11,27%. Janeiro de 2013 apresentou desvalorização de 0,07 p.p., a 11,57% e janeiro de 2017 caiu de 11,38% para 11,37%.

O dia hoje reservou também uma agenda cheia de indicadores importates. Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de agosto em 0,04%, muito próximo à taxa de julho (0,01%). O indicador veio abaixo da expectativa (Banco Bradesco) que apontava para uma alta de 0,10%.

A pequena aceleração do índice cheio foi influenciada pelos preços de alimentos e bebidas, que reduziram sua contribuição negativa de -0,17 p.p. para -0,05 p.p., ao registrar queda de 0,24% em agosto ante -0,76% em julho. Na mesma direção, o grupo educação apresentou a maior alta do período, de 0,44% ante variação de -0,03% em julho, assim como o grupo vestuário, que mostrou aceleração para 0,17%, após queda de 0,04% no mês anterior, novamente influenciado por fatores sazonais.

Já a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central justificou a manutenção da Selic em 10,75% ao ano em função do arrefecimento da pressão inflacionária, da desaceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira, e dos impactos desinflacionários do ambiente externo (com crescimento mais lento dos países do G3).

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) também se pronunciou e informou que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 7 de setembro apresentou variação de 0,17%, taxa 0,23 ponto percentual (p.p.) acima da registrada na última divulgação. Todas as capitais pesquisadas registraram acréscimos em suas taxas de variação.

Por sua vez, o Departamento Intersindical de Estudo Sócio Econômico (Dieese) apontou o aumento de 7,74% no preço do álcool combustível pressionou o grupo Transporte que, com alta de 0,82%, foi o grupo que mais contribuiu para a alta de 0,25% em agosto no Índice do Custo de Vida (ICV).

Os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) também surpreenderam ao informar que depois de um segundo trimestre de queda no ritmo de expansão, a atividade industrial retoma o fôlego e volta a crescer no início do terceiro trimestre. Em julho último, o faturamento teve elevação de 3,6%, as horas trabalhadas na produção aumentaram 1,6% e o emprego, 0,5%, na comparação com junho.

Para os analistas da LCA Consultores, o nível de atividade parece estar voltando para um patamar de crescimento mais condizente com a trajetória de metas de inflação. "Nossa estimativa é que o Nuci encerre 2010 em 82,2% e 2011 em 81,6%".

Por fim, o Tesouro Nacional vendeu R$ 10,053 bilhões em leilão de Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e de Letras do Tesouro Nacional (LTN).

(MCF - www.ultimoinstante.com.br)

Análise Técnica







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