quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Estudo para 30 de Setembro de 2010

Ajudado pela alta auferida pelos papéis da Petrobras, o Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (29) estável em 69.228 pontos. O benchmark brasileiro sentiu influência do clima adverso nas bolsas externas, trazido pela cautela dos investidores acerca de possíveis novos rebaixamentos de rating nas economias europeias. O volume financeiro do dia ficou em R$ 9,36 bilhões.

Apesar das referências externas negativas, o índice chegou a oscilar no campo positivo ao longo da tarde, refletindo a divulgação da Nota de Política Fiscal e da recomendação do JP Morgan para elevar os investimentos nos ativos brasileiros, que ofuscaram em partes a inflação acima do esperado revelada pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) nesta data.

Destaques da bolsa
Na ponta compradora do índice, além da Petrobras e da OGX, as ações da Redecard refletiram a recepção positiva do mercado à parceria firmada entre a companhia e a CUP (China Union Pay) na véspera, na qual a partir de 2011 a Redecard passará a realizar transações de crédito e débito da bandeira asiática no Brasil. As corretoras Ágora e Ativa destacaram que a operação é positiva para a operadora de cartões.

Outras ações que tiveram performances positivas nesta quarta foram as dos bancos. Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil viram seus papéis se valorizarem mais que 1% no dia.

Por outro lado, as manchetes referentes à JBS seguiram impactando seus ativos, que figuraram entre as principais baixas da sessão. Depois de o Grupo Cremonini informar que a assembleia de acionistas da Inalca JBS terminou sem a aprovação de um novo Conselho de Administração ou da proposta de liquidação judicial, ambas pautas inseridas pela JBS, a empresa brasileira também enviou comunicado à imprensa confirmando as informações.

A JBS informou ainda que pedirá judicialmente uma perícia judicial contábil e operacional da Inalca para verificar os processos internos da companhia realizados desde 2007 em todas as suas plataformas de operação na Itália, Congo, Argélia, Angola e Rússia.

Papéis do setor imobiliário também registraram perdas na sessão, corrigindo as altas auferidas nos últimos dias.

Agenda
No mercado interno, o IGP-M apontou inflação de 1,15% em setembro, após registrar variação de 0,77% em agosto. Esse resultado superou a mediana das expectativas de inflação mostrada no relatório Focus, que apontavam avanço de 1,05%.

Ainda por aqui, o setor público brasileiro apresentou um superávit primário de R$ 5,222 bilhões durante o mês de agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central em sua Nota de Política Fiscal. O número representa uma alta de 112,7% frente a julho, quando houve superávit de R$ 2,454 bilhões. Em agosto de 2009, o resultado fora superavitário em R$ 5,042 bilhões.

Outro dado relevante na cena interna foi a divulgação da taxa de desemprego nas sete principais regiões metropolitanas do País, que diminuiu entre julho e agosto deste ano, de acordo com os dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), divulgada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O indicador passou de 12,4% para 11,9% da PEA (População Economicamente Ativa) no oitavo mês do ano.

Novas declarações do governo sobre o mercado de câmbio voltaram a ganhar espaço nesta sessão. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o Fundo Soberano Brasileiro ainda não iniciou suas compras de dólar, ressaltando que o mercado continuará sem saber detalhes sobre a "política cambial" do Governo.

Referências externas
Lá fora, a agenda econômica do dia foi fraca nos EUA e trouxe apenas a divulgação do relatório semanal de estoques de óleo bruto e derivados. De acordo com os dados, os estoques de petróleo caíram 0,1% no período de 18 a 24 de setembro.

Já na Europa o mercado seguiu preocupado com a possibilidade de novos cortes de ratings de dívidas soberanas de algumas economias, como Espanha e Irlanda. Na agenda, destaque para o indicador da confiança europeia na economia, que cresceu inesperadamente no mês de setembro. Além disso, o Banco Central Europeu anunciou que irá fornecer € 104 bilhões aos bancos europeus, com vencimento em três meses.

Dólar
Mantendo-se no campo negativo em todo o intraday, o dólar comercial fechou com desvalorização de 0,29%, sendo cotado na venda a R$ 1,705, renovando o menor patamar alcançado desde 9 de novembro de 2009, quando terminou o dia valendo R$ 1,702.

O Banco Central realizou dois leilões de compra de dólares nesta quarta-feira. O primeiro por volta das 12h10 (horário de Brasília), cuja taxa de corte aceita ficou em R$ 1,7059, e a segunda operação ocorrendo entre as 16h08 e as 16h13, onde o BaCen tomou dólares a R$ 1,704.

No mercado de câmbio, o BC informou que o fluxo cambial até o dia 24 de setembro registrou entrada de dólares no País superior à saída em US$ 11,871 bilhões. A autoridade mostrou ainda que, no mesmo período, adquiriu US$ 9,432 bilhões no mercado cambial à vista, o que já é a maior compra mensal desde o início do ciclo de intervenções, em maio de 2009. De lá pra cá, o BC já realizou compras no montante de US$ 55,5 bilhões.

Renda Fixa

O mercado de juros futuros encerrou em baixa. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, fechou com taxa de 11,49%, queda de 0,10 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,07% em relação ao fechamento anterior, cotado a 138,35% do valor de face.

O Risco-País registrou variação negativa de 6 pontos-base em relação ao fechamento anterior, encerrando o dia em 205 pontos-base.

Bolsas Internacionais
O índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, fechou em leve baixa de 0,26% e atingiu 1.145 pontos. Seguindo esta tendência, o índice Dow Jones desvalorizou-se 0,21% a 10.835 pontos, da mesma forma, o índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, caiu 0,13% a 2.377 pontos.

Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou baixa de 0,67% e atingiu 3.737 pontos; no mesmo sentido, o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt desvalorizou-se 0,46% chegando a 6.247 pontos e o FTSE 100, da bolsa de Londres, caiu 0,16% a 5.569 pontos.

Confira os eventos previstos para quinta-feira
Na cena interna, o mercado deve se atentar para a divulgação da Sondagem Industrial de setembro, que vai revelar o informações acerca da atividade das indústrias do País ao longo do nono mês deste ano. Também na pauta doméstica, o Banco Central deverá divulgar na próxima sessão o Relatório Trimestral de Inflação.

Lá fora, atenção à agenda norte-americana. Os investidores repercutirão o número de pedidos de auxílio-desemprego registrado na economia dos Estados Unidos na última semana, bem como a última revisão do PIB (Produto Interno Bruto) do país no segundo trimestre de 2010.

Ainda por lá, o foco também deve recair sobre o Chicago PMI, que vai apresentar os dados da atividade industrial na região de Chicago ao longo deste mês.

(dados do Infomoney)

Análise Técnica

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