quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Estudo para 24 de Setembro de 2010

Puxado pela expressiva alta das ações da Petrobras, o Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (23) com variação positiva de 0,69%, a 68.794 pontos - maior patamar desde 26 de abril deste ano, quando fechou em 69.509 pontos. Com esta performance, o benchmark brasileiro voltou a ficar positivo em 2010, com alta de 0,30%.

O volume financeiro do dia atingiu a quantia expressiva de R$ 9,16 bilhões. Cabe destacar que o índice atingiu máxima de 69.601 pontos nesta sessão (+1,86%).

No cenário corporativo, os papéis da Petrobras chamaram atenção dos investidores por mais um dia. De acordo com o cronograma, a precificação das ações na oferta primária da estatal deve ocorrer nesta quinta, data em que se encerrou o procedimento de bookbuilding. A divulgação ao mercado acontecerá após reunião do Conselho de Administração da petrolífera, que tem que aprovar o valor fixado.

Segundo a agência Reuters, uma fonte próxima à capitalização teria afirmado que a “oferta foi confortavelmente subscrita em excesso”, contando com forte demanda por parte dos investidores. Uma segunda fonte, por sua vez, teria dito que a demanda elevada pelos papéis foi ocasionada sobretudo pelo interesse de fundos de pensão estatais e investidores institucionais.

Com altas de 3,16% e 1,92% nesta sessão, respectivamente, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras, contudo, somam variação negativa de 25,34% e 25,96% em 2010, nesta ordem. Cabe lembrar que estas ações vinham sendo penalizadas nos últimos dias por conta do processo de subscrição dentro da oferta prioritária, que engloba 80% das ações distribuídas pela Petrobras no seu processo de capitalização. Isto porque o mercado vinha negociando estas ações de forma a forçar a queda das cotações, para que os papéis a serem subscritos na oferta saiam a um preço mais atrativo.

Liderando os ganhos da sessão, as ações da Braskem repercutiram a notícia de que a companhia irá emitir US$ 350 milhões em títulos seniores perpétuos, levando as agências de classificação de risco Moody’s e Fitch a atribuírem rating “Ba1” e “BB+”, respectivamente, à emissão.

Ainda na ponta compradora do índice, a Vale também chamou atenção com altas em seus papéis. A companhia anunciou na última quarta-feira - após o fechamento do mercado - a distribuição de R$ 8,33 milhões em remuneração de debêntures participativas. O valor corresponde a R$ 0,021 por título. Além disso, a blue chip é alvo de atenção dos investidores devido a um possível IPO (Initial Public Offer) de uma de suas controladas, a Vale Fertilizantes. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a expectativa dos diretores é que seja realizada uma oferta de ações no primeiro semestre do próximo ano.

Por outro lado, o movimento da Gerdau em lançar bônus no mercado externo parece não ter agradado os investidores. Após a emissão de US$ 1,25 bilhão, com vencimento em 30 de janeiro, a companhia viu seus papéis recuarem em sintonia com os da subsidiária Gerdau Metalúrgica, que puxaram as perdas do Ibovespa nesta quinta.

Petrobrás: As ações PN da companhia (PETR4) avançaram 3,16% a R$ 26,80; enquanto os papéis ON subiram 3,47% a R$ 30,71. Os negócios envolvendo as ações da estatal ajudaram a engordar o movimento financeiro da sessão e concentraram cerca de 20% das operações do dia. Juntos, os títulos movimentaram praticamente R$ 2 bilhões.

Dentre as demais ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 1º de setembro a 31 de dezembro) Vale PNA (VALE5) teve ganhos de 0,18% a R$ 43,43; Itaú Unibanco PN (ITUB4) avançou 0,78% a R$ 38,95; BM&FBovespa ON (BVMF3) valorizou 1,43% a R$ 14,90; e OGX ON (OGXP3) registrou apreciação de 2,44% a R$ 20,60.

Além das ações da Petrobras, também figuraram entre os destaques de alta: Braskem PNA (+3,49% a R$ 16,31); Lojas Renner ON (+2,62% a R4 56,70); e Banco do Brasil ON (+2,62 a R$ 30,95).

Fora da festa, Gerdau Metalúrgica PN caiu 2,22% a R$ 28,16; Cielo ON perdeu 2,04% a R$ 14,88; e ALL UNT devolveu 1,79% a R$ 17,58.


Agenda
No front doméstico, o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) marcou inflação de 0,40% na semana terminada em 22 de setembro, taxa 0,09 ponto percentual maior que a apurada na medição anterior. Os dados foram divulgados pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Além disso, os investidores também repercutiram nesta quinta os números do mercado de trabalho do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa de desemprego no País recuou para 6,7% no mês passado, sendo esta a menor taxa para o mês de agosto já apurada desde o início da série histórica, em 2002.

Também na cena interna, em sua Nota de Mercado Aberto referente ao mês de agosto de 2010, o Banco Central do Brasil revelou que o estoque total da DPMFi (Dívida Pública Mobiliária Federal Interna) aumentou em R$ 15,48 bilhões, ou 1,03%, na comparação com o mês anterior, chegando a R$ 1,524 trilhão.

Nos EUA, o indicador Initial Claims revelou que o número de pedidos de auxílio-desemprego na última semana veio pior do que o esperado, em um total de 460 mil novas solicitações. Em contrapartida, o Existing Home Sales que apresenta o número de vendas de casas usadas nos EUA ficou acima das expectativas dos analistas, somando 4,13 milhões na medição anualizada de agosto.

Ainda por lá, o Leading Indicators registrou variação positiva de 0,3% no mês de agosto, segundo dados divulgados nesta pela Conference Board. Com isso, o índice ficou acima das expectativas do mercado, as quais apontavam para uma alta de 0,1%. Do mesmo modo, o resultado veio acima do indicador referente ao mês de julho, quando houve avanço de 0,1%, de acordo com os dados revisados.

Já na Europa, o índice composto PMI da Zona do Euro - que engloba o crescimento dos setores manufatureiro e de serviços – registrou queda ao longo do mês de setembro, recuando dos 56,2 pontos auferidos em agosto para 53,8 pontos neste mês, sua menor leitura dos últimos sete meses.

Dólar

Após começar o dia no azul, o dólar comercial foi perdendo forças ao longo da sessão, operando entre perdas e ganhos até o final das negociações. Com ligeira desvalorização de 0,06%, a cotação da moeda norte-americana passou de R$ 1,721 (fechamento da véspera) para R$ 1,72.

Após entrar no mercado comprando dólares por volta das 12h20 (horário de Brasília), o BaCen voltou a intervir no câmbio entre as 15h57 e as 16h02.

Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou sem tendência definida, mas com viés de baixa. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, fechou com taxa de 11,52%, queda de 0,05 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,11% em relação ao fechamento anterior, a 137,80% do seu valor de face.

O Risco-País registrou variação positiva de 4 pontos-base em relação ao fechamento anterior, chegando aos 212 pontos-base.

Bolsas Internacionais

O índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, fechou em baixa de 0,83% e atingiu 1.125 pontos. Seguindo esta tendência, o índice Dow Jones desvalorizou-se 0,72% a 10.662 pontos, da mesma forma, o índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, caiu 0,32% a 2.327 pontos.

Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou baixa de 0,65% e atingiu 3.711 pontos; no mesmo sentido, o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt desvalorizou-se 0,38% chegando a 6.185 pontos e o FTSE 100, da bolsa de Londres, caiu 0,09% a 5.547 pontos.

Confira os eventos previstos para sexta-feira
No front doméstico, os investidores ficarão de olho na divulgação do IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) referente à terceira quadrissemana de setembro, o qual será revelado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

Lá fora, destaque para a agenda dos Estados Unidos. Os mercados prestarão atenção ao Durable Good Orders, que vai mostrar o volume dos pedidos e entregas de bens duráveis na economia norte-americana em agosto. Além disso, foco também deve recair sobre o New Home Sales, que revelará o número de casas novas vendidas no país ao longo do último mês.

(com dados do Infomoney e Último Instante)

Análise Técnica



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