quinta-feira, 6 de maio de 2010

Estudo para 7 de Maio de 2010

Hoje tivemos uma sessão atípica, incluindo um erro operacional em NY que desencadeou o disparo generalizado de ordens stop loss (DJ chegou a cair mais de 9% !!!!). As palavras-chave do dia são: Procter & Gamble (ativo da ordem errada !!!), efeito manada e stop-loss.

O pessimismo tomou conta do mercado nesta quinta-feira (6), com temores de contágio da crise grega para outros países da região. As bolsas mostraram forte queda, com o índice Dow Jones chegando a recuar 9,2% no intraday. Os preços dos Treasuries disparam, levando os yield das notas com vencimento em 10 anos ao menor patamar desde julho do ano passado, enquanto o euro chegava ao menor patamar em 14 meses frente ao dólar e os CDS dos títulos de dívida de Portugal, Espanha e Itália disparavam.

Pela tarde, as bolsas globais intensificaram fortemente o movimento de queda já apresentado. O rali vendedor desenfreado veio acompanhado de apreensão de que a crise fiscal na Grécia poderia contaminar outras economias periféricas da Europa Ocidental. Enquanto o mercado buscava fundamentos para o rali vendedor, que perdeu força próximo do fechamento, apareceram rumores de que a forte queda das bolsas dos EUA deu-se por conta de uma ordem errada envolvendo as ações da Procter & Gamble, que passou de queda de 2% para desvalorização de 23%, pesando na cotação do índice Dow Jones.

Por aqui, o Ibovespa chegou aos 60.774 pontos na mínima - queda de 6,38% -, mas reduziu as perdas no final. Assim, o índice recuou 2,31%, a 63.414 pontos - pior patamar desde 8 de fevereiro deste ano. O volume financeiro totalizou R$ 10,63 bilhões.

A agência de classificação de risco Moody's prevê que os riscos de contágio da crise fiscal na Grécia podem ocorrer em toda Zona do Euro, podendo impor ameaças a instituições bancárias de países como Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e Reino Unido. O parlamento grego aprovou por 172 votos a favor e 121 contrários as medidas de austeridade fiscal para melhorar a situação de suas contas públicas. O plano de corte de gastos levanta greves e protestos em todo o país - na véspera, os confrontos levaram a três mortes.

Bolsa
A euforia inicial quanto à escolha da Telebrás para ser a gestora do Plano Nacional de Banda Larga nesta sessão dá lugar às dúvidas, ceticismo e forte reação das demais companhias do setor. Além disso, há aqueles investidores que desejam realizar lucros após a sequência de ganhos dos papéis nos últimos pregões, fatores estes que levaram os ativos a serem destaque de queda nesta sessão, com desvalorização de 20%.

Na noite passada, a Vale anunciou após o fechamento do pregão que somou no primeiro trimestre desse ano um lucro líquido de R$ 2,879 bilhões – avanço de 6,3% na comparação trimestral mas um recuo de 8,6% na comparação com o primeiro trimestre de 2009. A receita operacional líquida da mineradora somou R$ 12,583 bilhões no período - queda de 2,6% na comparação anual, e alta de 7,7% na passagem trimestral. Os papéis da companhia recuaram.

A Gerdau revelou lucro líquido de R$ 573 milhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento expressivo em relação aos R$ 35 milhões vistos nos três primeiros meses de 2009. Já a receita líquida registrou leve avanço, ao passar de R$ 6,9 bilhões para R$ 7,1 bilhões. Os papéis da siderúrgica recuaram.

Na ponta negativa, as ações da GOL estiveram entre as maiores perdas do índice, após a empresa divulgar seus resultados. No primeiro trimestre deste ano, a GOL teve lucro líquido de R$ 23,9 milhões, queda de 61,4% em relação aos ganhos vistos no mesmo período do ano passado.

dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 3 de maio a 31 de agosto), Petrobras PN (PETR4) cedeu 1,06% a R$ 29,89, Vale PNA (VALE5) caiu 2,26% a R$ 43,20; Itaú Unibanco PN (ITUB4) teve queda de 1,04% a R$ 36,30; BM&FBovespa ON (BVMF3) perdeu 3,15% a R$ 10,46 e Gerdau PN (GGBR4) devolveu 1,33% a R$ 26,75.

Em linha com o Ibovespa, Rossi ON cedeu 8,34% a R$ 12,20, liderando as maiores baixas da sessão; na sequência, Ecodiesel tombou 6,42% a R$ 1,02; OGX Petróleo ON registrou perdas de 6,13% a R$ 15,30; klabin PN devolveu 5,94% a R$ 4,75; e MMX Mineração ON caiu 5,69% a R$ 11,60.

Entre os demais destaques positivos, Souza Cruz ON teve elevação de 0,84% a R$ 66,20; CPFL Energia ON avançou 0,49% a R$ 35,014; AmBev PN valorizou 0,46% a R$ 170,79; Telesp PN subiu 0,30% a R$ 33,20; e Natura On ganhou 0,27% a R$ 36,60.

Dólar
Após chegar a subir mais de 5% durante a tarde, por conta das operações de stop loss dos investidores com posições vendidas no mercado cambial, o dólar comercial amenizou essa trajetória ao final das negociações. Mesmo assim, a moeda fechou em alta pela terceira sessão seguida, tendo avançado 2,95% - maior valorização desde 3 de dezembro de 2008. Já a cotação de fechamento, de R$ 1,851 na venda, é a máxima vista desde 12 de fevereiro deste ano.

A acentuada valorização vista durante a tarde teve forte influência do acionamento do stop loss de investidores que operavam na ponta vendida do mercado cambial - ou seja, daqueles que apostavam na apreciação do real precisando cobrir suas posições de qualquer maneira, o que impulsionou o número de ordens de compra no mercado.

O Banco Central do Brasil realizou mais um leilão de compra de dólares no mercado cambial. A operação ocorreu entre as 15h56 e as 16h06 (horário de Brasília), tendo uma taxa de corte aceita em R$ 1,866.

Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou em forte baixa de 3,44% e atingiu 2.320 pontos. Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 desvalorizou-se 3,24% a 1.128 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, caiu 3,20% a 10.520 pontos.

Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou baixa de 2,20% e atingiu 3.556 pontos; no mesmo sentido, o índice FTSE 100 da bolsa de Londres desvalorizou-se 1,52% chegando a 5.261 pontos e o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, caiu 0,84% a 5.908 pontos.

Renda Fixa
No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos de curto prazo encerraram em predominante estabilidade, embora no longo prazo a tendência que dominou foi mais uma vez de alta. O contrato que apresentou maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2011, registrou taxa de 11,08%, 0,04 ponto percentual abaixo do fechamento da véspera.

O indicador de risco Brasil, calculado pelo conglomerado financeiro JP Morgan, registrou alta de 24 pontos-base em relação ao fechamento anterior, atingindo 238 pontos base.

O mercado de títulos da dívida externa, por sua vez, apresentava queda. O título brasileiro mais líquido, o Global 40, era negociado com desvalorização de 0,03%, cotado a 132,05% do valor de face.

Agenda
Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 444 mil na última semana, enquanto a produtividade do trabalhador avançou 3,6% no primeiro trimestre, vindo acima do esperado pelo mercado.

O IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) acelerou em abril, apontando inflação de 0,72%, após a variação positiva de 0,63% vista em março. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado.

A ata do Copom, referente à reunião da última semana que elevou os juros para 9,5% ao ano, mostrou que, de forma geral, a deterioração do cenário inflacionário e "os sinais de persistência do descompasso entre o ritmo de expansão da demanda e das ofertas agregadas" foram os fatores que levaram ao ajuste. Como na última ata, os membros reforçaram o tom mais temeroso quanto ao ritmo da inflação, elevando a probabilidade de que novos apertos monetários possam estar por vir. Assim, fica a expectativa para a próxima reunião do Copom, já agendada para os dias 8 e 9 de junho.

Por fim, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a quarta estimativa para a safra de grãos em 2010. De acordo com o instituto, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no País deverá avançar 9,4% neste ano, atingindo a marca de 146,5 milhões de toneladas. A nova estimativa também prevê que a safra de 2010 fique 0,4% acima do recorde da série histórica, obtido em 2008.

O BCE manteve o juro básico da região em 1% ao ano. O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, disse que a autoridade monetária espera crescimento moderado da economia da Zona do Euro em 2010. Contudo, a previsão ainda está sujeita a algumas incertezas, declarou.

Confira os eventos previstos para sexta-feira
Por aqui, o IBGE publica o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), ambos referentes ao mês de abril. O instituto anuncia também a Pesquisa Industrial Regional de março, que acompanha a evolução do nível de produto na indústria, mediante recortes locais, e a Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil de abril, levantamento dos preços e dos custos dos materiais utilizados no setor.

Nos EUA, o principal destaque fica com o Relatório de Emprego do mês de abril, composto por: taxa de desemprego, número de postos de trabalho, ganho por hora trabalhada e média de horas trabalhadas. O Federal Reserve divulga o Consumer Credit referente ao mês de março, com objetivo de medir o total de crédito ao consumidor.

(com dados do Infomoney e Último Instante)

Gráficos

Em vista da grande volatilidade do mercado, da influência de uma ordem errada (bilionária) nos EUA que desencadeou o efeito manada mais uma vez estamos postando apenas o estudo de IBOV.

Nestes tempos "bicudos" recomendamos cada vez mais cautela e gerenciamento de risco.

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