Depois de passar praticamente junho inteiro no positivo, o saldo do investidor estrangeiro na BM&F Bovespa alterou sua tendência no último dia e encerrou o mês passado negativo em R$ 149 milhões. Os investidores estrangeiros compraram R$ 34,152 bilhões até a última quarta-feira (30), ao mesmo tempo em que venderam mais de R$ 34,301 bilhões.
Bolsa
O destaque da sessão fica com o acordo celebrado pela Casas Bahia e o Pão de Açúcar quanto à concretização de sua fusão, após quase três meses de intensas negociações. Segundo o novo acordo firmado, os acionistas da Globex votarão proposta de aumento de seu capital social no montante de pelo menos R$ 689 milhões. Além da subscrição de ações emitidas pela Globex em troca dos ativos e passivos das lojas Extra-Eletro, somando R$ 89,8 milhões, o grupo Pão de Açúcar concederá R$ 600 milhões em instrumentos de crédito. Os ativos do Pão de Açúcar encerraram o pregão em queda, enquanto os papéis da Globex dispararam mais de 10%.
Por falar em negociações de fusões e aquisição de ativos, outra que ganhou bastante destaque no noticiário das últimas semanas foi o interesse da Telefónica nas ações detidas pela Portugal Telecom na Vivo. A operação ganhou o aval dos acionistas da empresa, mas foi vetada pelo governo português que fez uso de seu controverso direito de golden share. Nesta sexta-feira, ganha repercussão a avaliação de analistas de que, mesmo que a Telefónica entre com um processo à União Europeia pedindo a suspensão do veto, tal decisão poderia levar cerca de três anos para ser tomada. Os papéis da Vivo avançaram na sessão.
A Ultrapar anunciou a conclusão da venda dos negócios de logística interna, armazenagem de sólidos e transporte rodoviário da Ultracargo à Aqces pelo valor de R$ 74 milhões. O montante soma-se ao de R$ 8 milhões que já havia sido anunciado pela companhia em 31 de março deste ano. A transação incorrerá na transferência das quotas da AGT (Armazéns Gerais e Transporte) e da Petrolog Serviços e Armazéns Gerais entre as duas partes.
Voltando ao Brasil, a Eletropaulo anunciou na noite passada o encerramento de um acordo judicial com a massa falida do Banco Santos, que gerará um efeito positivo contábil de R$ 71 milhões sobre seu lucro líquido no segundo trimestre de 2010. A companhia retinha um saldo a pagar de cerca de R$ 245 milhões, agora reduzido para R$ 151 milhões.
Por fim, a sessão marcou a estreia das novas ações do Banco do Brasil - os papéis fecharam cotados a R$ 26,50, valorização de 7,5% frente ao preço estabelecido no processo de bookbuilding, de R$ 24,65. Frente ao fechamento anterior, a alta foi de 1,3%.
Entre os papéis do sistema financeiro, Banco do Brasil ON subiu 1,11% a R$ 26,45; Itaú Unibanco PN ganhou 0,85% a R$ 34,28; Bradesco PN avançou 1,36% a R$ 29,75; e Santander unit teve ganhos de 1,77% a R$ 19,01.
No caso da petrolífera, Laska afirma que trata-se de uma correção, já que o papel está "bem depreciado". Petrobras PN (PETR4) valorizou 1,25% a R$ 26,78.
Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 3 de maio a 31 de agosto), Vale PNA (VALE5) caiu 0,34% a R$ 38,05; BM&FBovespa ON (BVMF3) desvalorizou 0,79% a R$ 11,26 e Gerdau PN (GGBR4) perdeu 0,59% a R$ 23,48.
Agenda
O Relatório de Emprego divulgado pelo Departamento de Trabalho norte-americano informou que foram fechados 125 mil postos de trabalho em junho, ante expectativas de corte de 100 mil vagas. Em abril, foram criados 433 mil postos de trabalho, segundo dados revisados. A taxa de desemprego, por sua vez, recuou para 9,5%, ficando abaixo do esperado.
Enquanto isso, a Eurostat também divulgou dados sobre emprego no continente europeu, com destaque à taxa de desemprego, que segue aos 10% em maio – o mais elevado patamar dos últimos 12 anos.
A Fipe (Fundação de Pesquisas Econômicas) adiou a divulgação do IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor – Fipe) referente ao mês de junho para a próxima segunda-feira (5) devido à partida entre Brasil e Holanda, pelas quartas de final da Copa do Mundo.
Petróleo
As cotações de petróleo fecharam em queda pelo quinto dia consecutivo nesta sexta-feira (2), repercutindo os indicadores norte-americanos divulgados durante a sessão.
Em Londres, a cotação do barril do petróleo Brent terminou o dia na região dos US$ 71,85, com queda de 0,27%. Já em Nova York, o contrato de petróleo mais líquido, com vencimento em julho, apresentou retração de 0,64%, fechando o dia a US$ 72,27.
Dólar
Assim como na sessão anterior, o dólar comercial ignorou a instabilidade vista nos mercados ao longo do dia e manteve-se em constante desvalorização, fechando em queda pelo terceiro dia consecutivo, cotado na venda a R$ 1,778 – variação negativa de 1% - com esse recuo, a moeda terminou esta semana com declínio de 0,11%.
No front doméstico, o Banco Central realizou mais um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista. A operação ocorreu entre as 16h04 e as 16h14 (horário de Brasília), com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7765.
Análise Técnica
Ultimamente o volume da bolsa tem sido muito baixo. Se alguém consegue enxergar um lado positivo na derrota do Brasil na Copa do Mundo podemos ao menos imaginar que o volume dos pregões será maior.
O índice da bolsa paulista bem como suas principais blue chips tiveram uma semana pesada com fortes correções. O estocástico lento em todas as análises aqui apresentadas aparece bem sobrevendido, as análises com as médias apontam cenário de baixa.Em geral as BBs estão bem abertas indicando volatilidade.
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