19 de agosto de 2010 - O otimismo visto nas primeiras horas dos negócios mudou de direção após a divulgação de dados econômicos vindos dos Estados Unidos, azedando o humor dos investidores nesta quinta-feira.
Por lá, os pedidos de auxílio-desemprego cresceram em 12 mil para 500 mil na semana encerrada no dia 14 de agosto, pior que o consenso do mercado que apontava para um recuo de 4 mil novos pedidos.
Além disso, o enfranquecimento do setor manufatureiro da Filadélfia também pesou sobre as operações. O índice que mede o desempenho industrial da região caiu de 5,1 pontos em julho para -7,7 este mês. Trata-se do primeiro declínio mensal desde julho de 2009.
Os temores com o ritmo mais lento da recuperação econômica só foram reforçados com a piora dos indicadores antecedentes (que a tendência da economia norte-americana no prazo de três a seis meses). O indicador mostrou ligeiro aumento de 0,1% para 109,8 pontos em julho, um pouco abaixo das expectativas que eram de alta de 0,2%.
Já o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americando) voltou a comprar títulos do Tesouro. Adquiriu US$ 3,609 bilhões na 2ª operação de compra depois do anúncio na semana passada. A quantia de hoje foi maior do que a da terça-feira (US$ 2,5 bilhões). O Fed comprará cerca de US$ 18 bilhões de títulos do Tesouro em nove operações até o dia 13 de setembro.
No Reino Unido, as vendas no varejo subiram 1,1% em julho na comparação com o mês anterior, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês). Este foi o maior avanço em cinco meses graças às vendas de artigos esportivos, principalmente em virtude da Copa do Mundo.
Na Alemanha o dia também foi de otimismo, uma vez que o Banco Central do país revisou para cima sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2010 para 3%, contra 1,9% estimado em junho. Segundo boletim, o resultado do 2º trimestre não se repete, mas a situação econômica do país é muito favorável no momento.
Ainda por lá, o Índice de preços ao produtor subiu 0,5% em julho, acima do consenso (+0,1%). Na comparação anual passa de 1,7% para 3,7%, maior patamar desde o terceiro trimestre de 2008.
No mercado interno, depois de subir por cinco pregões consecutivos, o termômetro da bolsa paulista terminou essa jornada com recuo de 1,11% aos 66.887 pontos. O giro financeiro somou R$ 5,304 bilhões.
Já o dólar voltou a subir após uma sequência de quatro quedas seguidas. A volta da aversão ao risco por conta de dados negativos nos Estados Unidos e rumores de que a capitalização da Petrobras pode ser adiada - ela estava prevista para setembro - mantiveram a moeda em alta.
As incertezas com a realização da oferta de ações da Petrobras foram provocadas por uma suposta declaração do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, de que o preço do barril de petróleo da cessão onerosa ficaria próximo a US$ 10, número distante do estimado pelo mercado e do que deverá ser apresentado pela consultoria, um intervalo entre de US$ 5 e US$ 7. A informação foi divulgada na Folha de S. Paulo ontem.
Ao final do dia, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 1,755 na compra e R$ 1,757 na venda, com valorização de 0,22%.
Na renda fixa, os Contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) terminaram o dia como começaram: em queda generalizada entre os mais negociados na BM&FBovespa.
Os contratos para setembro deste ano cairam 0,01 ponto percentual em relação ao fechamento de ontem, a 10,64%, enquanto outubro de 2010 passaram de 10,69% para 10,67%. Janeiro de 2011 declinou 0,03 ponto percentual a 10,70%. Janeiro de 2012 passou de 11,26% para 11,22%. Janeiro de 2013, por sua vez, caiu 0,04 p.p. para 11,33% e os prêmios para janeiro de 2017 baixaram de 11,30% para 11,26%.
Nesta manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) acelerou para 0,55% na segunda prévia do mês, puxado por preços no atacado. Mais uma vez os preços no atacado pressionaram o índice com destaque para as matériasprimas brutas com destaque para o minério de ferro que subiu de -0,73% para 14,81%.
Há pouco, contudo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que a confiança do empresário industrial ficou praticamente estável no mês de agosto, com crescimento de 0,6 ponto na comparação com julho. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 64 pontos este mês, ante 63,4 pontos em julho. Segundo a CNI, a pequena variação reflete o crescimento econômico mais moderado após a intensa atividade econômica do início de 2010.
Por fim, o Brasil criou 181.796 novos empregos com carteira assinada em julho. De janeiro a julho, o saldo acumulado é de 1.655.116 postos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho. O total de julho é 5,8% acima do recorde anterior, verificado em 2008 (1.564.606). Com o resultado do Caged de julho, o país chega à marca de 14.178.749 brasileiros com emprego formal em atividade no País.
(MCF - www.ultimoinstante.com.br)
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