sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Estudo para 18 de Outubro

Após mais uma sessão marcada pela instabilidade, o Ibovespa encerrou esta sexta-feira (15) em alta de 0,19%, atingindo 71.830 pontos, sua maior pontuação em 2010 - ultrapassando a máxima anual anterior, de 71.784 pontos, auferida em 8 de abril deste ano. O volume financeiro do dia ficou em R$ 6,40 bilhões.

Com a performance desta sexta, o Ibovespa também atingiu seu maior patamar desde 2 de junho de 2008, quando fechara em 71.897 pontos. O pregão contou com uma movimentada agenda econômica nos Estados Unidos e por discursos relevantes na cena interna e internacional. A alta do índice da bolsa paulista se deu a despeito da desvalorização da Petrobras e ajudada pela alta vista pela Vale.

Puxando os ganhos do índice nesta sexta, as ações da Eletrobras deram sequência neste pregão à tendência de alta vista ao longo dos últimos dias, com alta de mais de 12% na semana. Para Luiz Roberto Monteiro, da Souza Barros, a valorização dos papéis sofre influência do anúncio de busca de parceira da estatal chinesa State Grid, visando participação em leilões de geração de eletricidade no Brasil.

Já a analista Rosângela Ribeiro, da SLW, cita o processo de capitalização pelo qual a companhia deverá passar em breve como uma das razões para a valorização da estatal. A operação, aprovada no último dia 28, fará com que a dívida que a estatal possui com o governo seja transformada em ações. Dessa forma, cairá o custo da dívida e, consequentemente, incrementará o retorno da companhia.

Além disso, ambos os analistas concordam que havia defasagem gráfica da Eletrobras em relação ao Ibovespa, e que ainda estão sendo absorvidos os reflexos do excelente resultado apresentado pela companhia ainda no segundo trimestre de 2010, que apresentou performance bem acima do projetado pelo mercado.

Após terem registrado alta na véspera, as ações da Petrobras voltaram a fechar em baixa nesta sessão. O BB Investimentos revisou na última quinta seus preços potenciais para as ações da estatal. Os novos targets do banco para junho de 2011 foram rebaixados em 23% frente aos preços anteriores, indo para R$ 45,80 - ações ON - e R$ 40,50 - ações PN. Contudo, o BB manteve sua recomendação de compra para a estatal.

Em relatório assinado pelo analista Nelson Rodrigues de Matos, o banco explica que o corte nos preços potenciais da petrolífera reflete a diluição por conta da capitalização, a aquisição de 5 bilhões de barris de óleo equivalente por valor acima da estimativa do BB e a elevação da taxa de desconto face à nova estrutura de capital.

Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 1º de setembro a 31 de dezembro) Vale PNA (VALE5) subiu 0,5% a R$ 47,78; Petrobras PN (PETR4) caiu 0,57% a R$ 26,29; Itaú Unibanco PN (ITUB4) ganhou 0,99% a R$ 42,77; BM&FBovespa ON (BVMF3) avançou 0,6% a R$ 15,15; e OGX ON (OGXP3) teve alta de 1,39% a R$ 23,27.

Em linha com o Ibovespa, destaque para Eletrobras ON (+4,41% a R$ 26,05); Eletrobras PNB (+4,31% a R$ 30,47); Brasil Ecodiesel ON (+3,09% a R$ 1,00); PDG ON (+2,73% a R$ 22,60); e MMX Mineração ON (+2,72% a R$ 13,20).

Do outro lado, ficaram JBS ON (-2,63% a R$ 7,04); TAM PN (-2,53% a R$ 40,80); Brookfield ON (-2,43% a R$ 9,64); Redecard (-2,33 a R$ 24,76); e Cosan ON (-2,15% a R$ 26,80).

Agenda

Por aqui, a inadimplência do consumidor no mês de setembro registrou alta de 15,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, representando o maior resultado desde março de 2009, apontou o indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor.

Na comparação entre setembro e agosto deste ano houve um crescimento de 1,6% - registrando o pior setembro desde o início da série, em 2000. Já no acumulado do ano, frente o mesmo período do ano passado, o indicador acumula alta de 1,8%. Este percentual representa a segunda variação positiva entre os acumulados desde janeiro deste ano.

Sem outras referências econômicas na agenda, o mercado também se atentou para a fala do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizando que o governo intervirá mais uma vez no mercado de câmbio para conter o ritmo de valorização do real. Segundo Mantega, existe a possibilidade de limitar o nível de exposição ao risco das empresas, além da alavancagem no mercado futuro, principal preocupação apontada pelo ministro.

“Temos que observar. Não vamos nos precipitar para ver se não dá uma acalmada espontânea. Senão, tomaremos mais medidas. Vamos observar”, disse o ministro, em referência ao impacto das medidas já anunciadas.

Referências externas

O dia também foi de discursos no front internacional, com destaque para a fala do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, nos Estados Unidos. O chefe da autoridade monetária norte-americana sinalizou que o Fed poderá tomar em breve novas medidas de estimulo à economia dos EUA, ressaltando a boa resposta à primeira rodada de compra de ativos nos Estados Unidos e no Reino Unido. A próxima reunião da instituição está marcada para os dias 2 e 3 de novembro.

Entre os indicadores econômicos revelados nos EUA nesta sexta-feira, chamou atenção o orçamento do governo norte-americano, que registrou déficit de US$ 34,493 bilhões em setembro, de acordo com comunicado do Tesouro. As projeções apontavam para um saldo deficitário em US$ 33,5 bilhões. Este é o vigésimo quarto mês consecutivo de saldo negativo do Treasury Budget. O número mostrou melhora na base mensal, comparado aos US$ 90,52 bilhões negativos vistos em agosto.

No ano fiscal terminado em setembro, o déficit acumulado foi de US$ 1,294 trilhão. Este foi o segundo maior déficit orçamentário da história dos Estados Unidos, considerando-se o período pós 2ª Guerra Mundial, atrás apenas de 2009. O montante acumulado no ano fiscal passado (ou seja, nos 12 meses terminados em setembro de 2009), ficou negativo em US$ 1,416 trilhão.

Outros dados da agenda econômica norte-americana surpreenderam. O volume das vendas ao mercado varejista dos EUA subiu 0,6% durante o mês de setembro, enquanto os analistas projetavam uma alta de 0,4% no período. O Retail Sales ex-Auto, que exclui o item automóveis, cujas vendas são consideradas muito voláteis, registrou alta de 0,4%, em linha com a variação esperada pelo mercado.

Já o indicador da atividade industrial na região de Nova York avançou em outubro ao registrar 15,73 pontos positivos. O NY Empire State Index apontou forte alta sobre o valor apurado anteriormente (4,10 pontos), ficando acima das expectativas, que estavam em 5,75 pontos.

O CPI (Consumer Price Index), índice que mede a evolução dos preços ao consumidor nos EUA, registrou variação positiva de 0,1% em setembro, ficando abaixo da variação de 0,2% esperada pelo mercado. Já o Core CPI, que exclui os itens mais voláteis, como energia e alimentação, não apresentou qualquer variação durante o último mês, ficando abaixo das projeções de mercado, de +0,1%.

Por sua vez, os estoques das empresas norte-americanas registraram expansão de 0,6% no mês de agosto. O resultado ficou acima das projeções dos analistas de mercado, de 0,5%, e abaixo resultado de julho, o qual listou uma variação positiva de 1,1%, de acordo com os dados revisados.

Por outro lado, a confiança do consumidor norte-americano medida pela Universidade de Michigan ficou abaixo do esperado em outubro. Os números prévios do Michigan Sentiment apontaram 67,9 pontos, enquanto as projeções indicavam 68,5 pontos. Em setembro, o indicador havia atingido 68,2 pontos.

Dos Estados Unidos ao Velho Continente, destaque ao avanço no nível dos preços e à balança comercial na Europa. A inflação anual na Zona do Euro teve alta de 1,8% em setembro, segundo estimativa da Eurostat (órgão oficial de estatística europeu) divulgada nessa sexta-feira. Outra estimativa também divulgada pelo órgão revela que o continente apresentou um déficit de € 4,3 bilhões em sua balança comercial no mês de agosto.

Dólar

Em meio a rumores de que o governo adote novas medidas para conter a desvalorização da moeda norte-americana, o dólar comercial encerrou a sessão desta sexta-feira em leve alta de 0,06%, cotado a R$ 1,664 na venda.

O Banco Central mais uma vez interveio no câmbio, através dos usuais leilões de compra no mercado à vista. O primeiro leilão ocorreu entre 12h40 e 12h45 e teve taxa de corte de R$ 1,6585, enquanto o segundo teve início às 15h46 e terminou às 15h51, com taxa aceita em R$ 1,6625.

Renda Fixa

O mercado de juros futuros encerrou em queda no longo prazo. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, fechou com taxa de 11,22%, baixa de 0,04 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em queda de 0,39% em 140,40% do valor de face.

O risco-País registrou variação negativa de três pontos-base em relação ao fechamento anterior, encerrando o dia em 168 pontos-base.

Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou em alta de 1,37% e atingiu 2.469 pontos, seguindo esta tendência, o índice S&P 500 valorizou-se 0,20% a 1.176 pontos. Por outro lado, a Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, fechou em leve baixa de 0,29% atingindo 11.063 pontos.

Na Europa, o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt registrou alta de 0,57% e atingiu 6.492 pontos; no mesmo sentido, o índice CAC 40 da bolsa de Paris valorizou-se 0,21% a 3.827 pontos. Por outro lado, o FTSE 100 da bolsa de Londres fechou em leve baixa de 0,42%, atingindo 5.703 pontos.

Confira os eventos previstos para segunda-feira

A próxima semana vai começar com a divulgação de indicadores de inflação na cena interna. A FGV (Fundação Getulio Vargas) vai revelar o resultado do IGP-10 (Índice Geral de Preços) de outubro e o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) referente à segunda quadrissemana deste mês.

Ainda no front doméstico, o Banco Central deve apresentar a nova versão do Relatório Focus, que vai mostrar as perspectivas do mercado para a economia brasileira neste e no próximo ano. Outro dado de peso na agenda será a balança comercial. Cabe mencionar ainda que a próxima sessão será marcada pelo vencimento de opções sobre ações na BM&F Bovespa.

Lá fora, a agenda norte-americana vai trazer dados da produção industrial de setembro, bem como a capacidade utilizada pela indústria do país no último mês. Ambos os indicadores são bastantes obervados pelo Federal Reserve para mensurar o ritmo de crescimento da economia dos Estados Unidos.

Para os "Telbistas"
A Telebrás (TELB3, TELB4) propôs nesta sexta-feira (15) o grupamento de suas ações ordinárias e preferenciais, na proporção de 10 mil para 1. A proposta ainda será submetida aos acionistas, em assembleia geral a ser convocada.

Segundo a companhia, a existência de um grande número de acionistas com participações inferiores a 10 mil ações foi levada em conta na formulação da proposta, assim como um grande número de acionistas inativos, o que gera “significativo volume de serviços e custos operacionais para a sociedade”.

Assim, o grupamento ajustaria a base acionária, com a consequente redução de controles e custos operacionais para a Telebrás e seus acionistas, “trazendo maior eficiência ao sistema operacional de ações escriturais e de divulgação de informações aos acionistas”.

Para não esquecer: Segundona, novo horário para o pregão e vencimento de opções:

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) estream novos horários a partir do próximo dia 18, com o início do horário de verão em todo o país.

A partir da próxima segunda-feira, o pregão da Bolsa de Valores atrasa uma hora e passa a funcionar entre 11h e 18h (hora de Brasília). O chamado "after-market" (pregão eletrônico) muda para o horário das 18h30 às 19h30.

Já no segmento da BM&F, o início dos negócios de contratos futuros e de opções, baseados em índices (cesta de ações) também avança uma hora, para a faixa das 10h às 18h30. Para os demais produtos, os horários não sofreram alterações.

O horário de verão deste ano começa à 0h do próximo domingo (17), quando moradores das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste deverão adiantar o relógio uma hora. A medida ficará em vigor até dia 20 de fevereiro de 2011.

Também na segunda-feira teremos vencimento de opções sobre ações, preferimos não emitir nossos estudos de análise técnica pois as ações apresentam comportamento errático nessa data.

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