Destoando dos ganhos em Wall Street, o Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (21) em queda de 1,07%, a 69.652 pontos. A performance do índice foi influenciada pela queda de algumas das principais blue chips da bolsa. O volume financeiro ficou em R$ 7,33 bilhões.
No campo doméstico, os investidores repercutiram a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que optou por manter a taxa básica de juro em 10,75% ao ano, algo já esperado pelo mercado, assim como o resultado da Natura, que no geral veio em linha com as expectativas.
Blue chips em queda
As siderúrgicas deram continuidade ao movimento de queda da véspera e ficaram na ponta negativa do Ibovespa mais uma vez. As baixas refletem a má recepção do mercado a dados do setor divulgados na última quarta-feira. Também fecharam no campo negativo as ações da Vale e da BM&F Bovespa, que pressionaram ainda mais o Ibovespa.
Mas a ponta negativa do índice foi ocupada mesmo pelas ações da Eletrobras e Petrobras, influenciadas pela divulgação da mais recente pesquisa de intenção de voto Vox Populli, que mostrou uma queda na pontuação auferida pelo candidato do PSDB à presidência da República, José Serra. A expectativa é que uma eventual vitória de Serra promova gestores mais pró-mercado, mitigando riscos de utilização de política das empresas ou de elevação da participação do governo.
Ao final do dia, Vale PNA (VALE5) caiu 1,97% a R$ 48,33; Petrobras PN (PETR4) recuou 3,32% a R$ 24,16; e BM&FBovespa ON (BVMF3) perdeu 3,2% a R$ 13,63.
Dentre as demais ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 1º de setembro a 31 de dezembro) Itaú Unibanco PN (ITUB4) desvalorizou 1,27% a R$ 42,01; e OGX ON (OGXP3) teve alta de 1,89% a R$ 22,70.
Na mão de compras, destaque para Fibria ON (+7,68 a R$ 28,88); Ultrapar PN (+3,44 a R$ 105,80); Natura ON (+3,37% a R$ 49,10); BRF Foods ON (+2,42% a R$ 24,57); e Duratex ON (+2,4 a R$ 19,61).
Do outro lado, além de Petrobras e BM&FBovespa, ficaram Eletrobras ON (-3,93% a R$ 23,73); Eletrobras PNB (-3,92% a R$ 27,96); e Rossi ON (-3,16% a R$ 16,56).
Agenda
No front doméstico, o Ministério da Fazenda publicou nesta quinta-feira o relatório bimestral "Economia Brasileira em Perspectiva", qual estima crescimento de 7,5% neste ano e inflação de 5,1%. No último relatório, publicado em agosto, esperava-se expansão de 6,5%.
Além disso, o CMN (Conselho Monetário Nacional) publicou resolução proibindo as instituições financeiras autorizadas pelo BC a realizarem aluguel, troca ou empréstimo de títulos, valores mobiliários e ouro como ativo financeiro a investidores estrangeiros que pretendam utilizar os recursos obtidos com operações nos mercados de derivativos. A medida tem como objetivo fechar brechas pelas quais investidores externos poderiam escapar da cobrança de 6% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Para Edemir Pinto, presidente da BM&F Bovespa, o governo adotou medidas que efetivamente eliminam as brechas quanto a cobrança do IOF. Segundo ele, o objetivo do governo é conter a valorização excessiva do real. Ainda nessa sessão, o Banco Central determinou a exclusão das cartas de fiança do rol de garantias aceitas pelas câmaras de compensação da BM&F Bovespa para colateralização de operações realizadas por investidores estrangeiros já a partir desta quinta-feira.
Na agenda, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País em setembro foi a menor desde o ano de 2002, início da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O nível de desocupação recuou 0,5 ponto percentual frente a agosto, para 6,2%, e 1,5 p.p. frente ao mesmo período do ano passado, segundo revelam dados do IBGE, que divulgou a Pesquisa Mensal de Emprego.
Referências externas
Lá fora, o número de pedidos de auxílio-desemprego reportados nos EUA na última semana veio melhor do que esperava o mercado. O Initial Claims registrou um total de 452 mil novos pedidos no período, melhor que o esperado pelos analistas, cujas projeções giravam em torno de 455 mil. Do mesmo modo, o indicador ficou abaixo do número registrado na semana anterior, que foi de 475 mil solicitações, conforme os dados revisados.
O mercado recebeu ainda dados da produção industrial na Filadélfia, que ficaram abaixo das estimativas do mercado, apesar de mostrar melhora na passagem mensal. Por fim, o Leading Indicators, que resume alguns dos principais indicadores da economia norte-americana, registrou variação positiva, em linha com as projeções.
Também no exterior, na noite passada o governo chinês anunciou dados econômicos relevantes sobre o desempenho do país. Em primeiro lugar, destaque ao PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que cresceu 9,6%. Apesar de ter sido melhor do que o esperado pelo mercado, o indicador registrou desaceleração na passagem. Na sequência, foi divulgada inflação de 3,6%, superior à variação medida em agosto.
Discursos
Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ter conversado com o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, sobre a forte desvalorização do dólar frente as principais moedas do mundo. Segundo Mantega, Geithner afirmou que a política econômica dos EUA não é de desvalorizar a sua moeda, mas sim fortalecê-la. Sobre o juro baixíssimo empregado no país, ao contrário do visto no Brasil, Geithner afirmou que a política do Fed está sendo superestimada.
Além disso, Mantega garantiu que Brasil e Estados Unidos pressionarão para que os líderes políticos reunidos no G-20 discutam uma solução para conter a desvalorização do dólar. "Nós vamos fazer força, nós dois, para colocar a questão no âmbito do G-20, de modo que as soluções para a questão do câmbio sejam negociadas, e não individuais, para cada país", afirmou.
Já a vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox, afirmou que é preciso uma coordenação global para resolver a questão do câmbio e que a pressão em moedas emergentes continuará até que o atual desequilíbrio econômico global seja resolvido.
Dólar
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira em alta de 1,61%, cotado a R$ 1,702 na venda, influenciado pelas novas medidas do CMN para conter a valorização do real frente a moeda norte-americana.
O BC manteve sua rotina de atuações diárias no mercado à vista e realizou dois leilões de compra de dólares. No primeiro, entre 12h05 e 12h10, foi imposta taxa de corte em R$ 1,6865, enquanto no segundo leilão, por volta de 15h30, a autoridade comprou dólares com taxa de corte em R$ 1,6978.
Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou em alta no longo prazo. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, fechou com taxa de 11,33%, alta de 0,06 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.
No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em alta de 0,06% em 139,84% do valor de face.
O risco-País registrou variação negativa de dois pontos-base em relação ao fechamento anterior, encerrando o dia em 184 pontos.
Bolsas Internacionais
O índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, fechou em leve alta de 0,35% e atingiu 11.147 pontos. Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 valorizou-se 0,18% a 1.180 pontos, da mesma forma, o índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, subiu 0,09% a 2.460 pontos.
Na Europa, o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt registrou alta de 1,33% e atingiu 6.611 pontos; no mesmo sentido, o índice CAC 40 da bolsa de Paris valorizou-se 1,31% chegando a 3.878 pontos e o FTSE 100, da bolsa de Londres, subiu 0,51% a 5.758 pontos.
(dados do Infomoney e Último Instante)
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
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