Por aqui, os investidores seguem no aguardo do anúncio da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária). Segundo a última edição do Relatório Focus, publicado no começo desta semana, o mercado espera que a taxa básica de juro brasileira permaneça em 10,75% ao ano.
Na ponta positiva do índice, tiveram destaque os papéis de empresas ligadas às commodities. Entre os dados do dia, os estoques de petróleo dos EUA aumentaram 1% no período de 20 a 27 de agosto, atingindo o patamar de 361,7 milhões de barris - a segunda alta semanal consecutiva. Além disso, a sessão contou com indicadores norte-americanos e chineses, que trouxeram otimismo aos investidores e puxaram o Ibovespa - entre as maiores altas do dia, estão os papéis da Petrobras e da Vale.
Ainda sobre a mineradora, os investidores avaliaram a notícia de que a Vale elevou a sua oferta pelos papéis da Paranapanema de R$ 6,30 para R$ 6,75 por ação. Contudo, a mineradora informou que não adquiriu as ações da Paranapanema. Segundo a Vale, no leilão de Oferta Pública Voluntária agendado para a sessão, a adesão dos acionistas da Paranapanema à oferta "não atingiu a quantidade mínima à qual estava condicionada a efetivação da referida oferta pública".
Também com suas ações em forte alta, a Petrobras voltou a ser notícia graças ao seu processo de capitalização. O governo autorizou o uso do Fundo Soberano na operação, manobra esta que permite o repasse de recursos do fundo, hoje na casa dos R$ 15 bilhões, para que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) participe da capitalização, além de autorizar o Tesouro a antecipar dinheiro para futuros aumentos de capital. Os investidores esperam ainda pela precificação do barril da cessão onerosa, que deve ser divulgada ainda nesta quarta-feira, de acordo com o presidente Lula.
Apenas cinco ações do índice encerraram o dia com variações negativas: Transmissão Paulista, TIM, Ultrapar, JBS e Duratex.
Vale lembrar ainda que a sessão marcou a estreia dos units do Banco Santander e dos papéis da Marfrig e Brookfield no índice, com a mudança quadrimestral da carteira teórica do Ibovespa.
No mercado nacional, entre as ações com maior peso na nova carteira (que vigora de 1º de setembro a 31 dezembro) Vale PNA (VALE5) avançou 4,3% a R$ 43,21; Petrobras PN (PETR4) ganhou 3,99% a R$ 27,10; Itaú Unibanco PN (ITUB4) teve alta de 1,38% a R$ 38,32; BM&FBovespa ON (BVMF3) valorizou 2,42% a R$ 13,11 e OGX ON (OGXP3) apreciou 0,48% a R$ 20,98.
No sentido comprador, Fibria ON disparou 6,17% a R$ 28,73; Petrobras ON registrou ganhos de 5,61% a R$ 31,25; e Embraer ON apresentou valorização de 5,19% a R$ 11,36. Fora da festa, CTEEP PN caiu 1,31% a R$ 49,15; TIM ON perdeu 1,29% a R$ 6,90; e Ultrapar PN recuou 0,82% a R4 95,71.
Agenda
O ADP Employment mostrou a perda de 10 mil postos de trabalho no setor privado dos EUA em agosto enquanto o Construction Spending apontou queda de 1% nos gastos com construções de imóveis em julho. Mas os números foram ofuscados pelo ISM Index: o indicador, que mede o nível de atividade industrial norte-americana, atingiu 56,3 pontos em agosto, superando com folga as expectativas do mercado de 52,9 pontos e também o resultado de junho, de 55,5 pontos.
A China também trouxe dados animadores: o PMI (Purchasing Managers Index) elaborado pelo governo de Pequim subiu de 51,2 pontos em julho para 51,7 pontos em agosto, ficando acima do esperado.
No front doméstico, a balança comercial de agosto fechou com superávit de US$ 2,44 bilhões, segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Com isso, o saldo positivo acumulado em 2010 aumentou para US$ 11,673 bilhões.
Além disso, o mercado se atentou para o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal), que marcou deflação de 0,08% na última passagem semanal.
Petróleo
Na esteira dos dados positivos nos EUA e na China divulgados nesta quarta-feira (1), as cotações de petróleo fecharam o dia com forte alta, marcando o seu melhor desempenho diário desde o dia 2 de agosto deste ano.
Em Londres, a cotação do barril do petróleo Brent terminou em US$ 75,85, com alta de 2,16% em relação ao fechamento anterior. Já em Nova York, o contrato de petróleo mais líquido, com vencimento em outubro, apresentou forte avanço de 3,17%, fechando em US$ 73,98.
Dólar
Apesar de amenizar parte das perdas nos instantes finais, o dólar comercial conheceu sua segunda queda consecutiva nesta sessão, pressionado pelo forte otimismo nos mercados. Com a desvalorização de 0,57% vista nesta quarta-feira, a moeda terminou cotada na venda a R$ 1,747, sendo o menor patamar desde 3 de maio deste ano, dia em que encerrou os negócios a R$ 1,731.
A saída de dólares no País superou a entrada em US$ 601 milhões até o dia 27 de agosto, segundo dados publicados pelo Banco Central. A autoridade monetária ainda informou que no mesmo período adquiriu US$ 3 bilhões por meio de suas intervenções no mercado cambial à vista, totalizando, desde o início do ciclo de intervenções - maio de 2009 - o montante de US$ 46,037 bilhões.
Nesta data, a autoridade monetária realizou um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista, que ocorreu entre 12h09 e 12h19 (horário de Brasília) e contou com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7407.
Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou em alta. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, fechou com taxa de 11,37%, alta de 0,11 ponto percentual em relação ao fechamento anterior.
O mercado de títulos da dívida externa fechou em alta. O título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou com valorização de 0,14%, cotado a 137,10% do valor de face.
O Risco-País registrou queda de 10 pontos-base em relação ao fechamento anterior, atingindo 220 pontos-base.
Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas, fechou em alta de 2,97% e atingiu 2.177 pontos. Seguindo esta tendência, o índice S&P 500 valorizou-se 2,95% a 1.080 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, subiu 2,54% a 10.269 pontos.
Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou forte alta de 3,81% e atingiu 3.624 pontos; no mesmo sentido, o índice FTSE 100 da bolsa de Londres valorizou-se 2,70% chegando a 5.366 pontos e o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, subiu 2,68% a 6.084 pontos.
Confira os eventos previstos para quinta-feira
Na próxima sessão, o principal destaque fica com indicadores econômicos nos Estados Unidos. O mercado deve se atentar ao número de pedidos de auxílio-desemprego auferidos no país ao longo da última semana, através do Initial Claims. Também em foco, o Pending Home Sales e o Factory Orders deverão mexer com o ânimo dos investidores.
No Brasil, destaque para a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, que será trazida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Ainda no front doméstico, o mercado deve avaliar a divulgação do IPC - Fipe (Índice de Preços ao Consumidor - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
(dados do Infomoney e Último Instante)
Análise Gráfica
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