O Ibovespa, que ontem terminou aos 65.160 pontos, chegou a cair aos 63.735 pontos na mínima do dia para acabar com baixa de 1,88% aos 63.936 pontos. Trata-se da pior queda do mês, só perdendo para a desvalorização do dia 1º (-1,91%). O giro financeiro somou R$ 4,95 bilhões. Na semana, a variação acumulada está negativa em 0,78%.
A maré pessimista veio junto com a decisão anunciada ontem pelo Federal Reserve (Fed, norte-americano) em manter mais uma vez a taxa de juros num intervalo entre zero e 0,25% ao ano, tendo em vista às condições menos propícias à retomada da economia em decorrência, principalmente, da situação fora do país - em referência aos problemas de dívida na Europa.
Nem mesmo os dados estadunidenses melhores que o esperado foram o suficiente para impulsionar as ordens compradoras na bolsa paulista. O país registrou menos pedidos de auxílio-desemprego (initial claims) que o estimado na semana encerrada no dia 19 de junho, 457 mil contra projeção de 460 mil. Além disso, as encomendas às fábricas tiveram uma queda mais leve do que o mercado aguardava, 1,1% frente a expectativa de decréscimo de 1,3%.
Bolsa
A Petrobras descobriu indícios de petróleo em mais um poço, localizado no bloco BT-POT-8, na Bacia de Potiguar, em terra firme. Já em Brasília, a votação da Petro-Sal foi novamente adiada - agora, a previsão é para o início de julho. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), atribuiu a decisão às convenções partidárias, que devem manter ocupados os senadores na próxima semana.
A petrolífera também ocupa as manchetes desta quinta-feira pelo risco de perder seu grau de investimento concedido pela agência Fitch. De acordo com matéria do jornal Estado de São Paulo, o diretor da agência de classificação de risco teria alertado para riscos como maior intervenção do governo na empresa e aumento da alavancagem.
Os papéis da Usiminas se destacaram na ponta compradora do índice, após rumores de que a empresa estaria aumentando os preços de seus produtos de aço pela segunda vez este ano. A empresa não confirma a notícia. Segundo matéria da agência Reuters, o reajuste seria de 10,75%, após um aumento de 11% a 15% no mês de abril.
Os ativos da Brasil Ecodiesel lideraram os ganhos do índice, com alta superior a 4%.
Já na ponta negativa, destaque para os papéis do setor imobiliário e para ações do setor de consumo, refletindo em partes os dados de aumento do desemprego divulgados na sessão.
Segundo o jornal O Globo, o grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia estariam próximas de um novo acordo para a fusão, que poderá ser anunciado em no máximo 20 dias. A matéria cita advogados envolvidos na operação, para os quais “o risco de um rompimento, que chegou a ser de 70%, hoje seria nulo”.
Os funcionários da CSN aprovaram, em votação secreta, o acordo coletivo proposto pela empresa para o período de 2010 e 2011. A siderúrgica informou em nota que os benefícios aprovados foram: reajuste salarial de 5,49%, com 100% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de maio de 2009 a abril de 2010; aumento real de 1,5% (considerando teto de R$ 100,00); aumento no valor do cartão de alimentação; crédito especial de Natal; além de bolsas de estudo para funcionários e filhos de funcionários.
No mercado doméstico, a Petrobras foi a "vilã" da sessão pelo segundo dia consecutivo, devido ao adiamento da oferta de ações de julho para setembro. Petrobras PN (PETR4) devolveu 3,51% a R$ 27,50.
Entre os outros destaques negativos, B2W Varejo ON teve queda de 4,16% a R$ 32,68; Rossi ON apresentou recuo de 4,13% a R$ 13,45; Telemar Norte Leste PNA cedeu 3,91% a R$ 50,87; Cyrela ON registrou perdas de 3,79% a R$ 20,59; e Vivo PN desvalorizou 3,78% a R$ 48,40.
No sentido oposto, Brasil Ecodiesel ON avançou 4,49% a R$ 0,93; Copel PNB teve alta de 2,52% a R$ 35,35; Eletropaulo PNB subiu 2,25% a R$ 36,29; Usiminas PNA ganhou 1,93% a R$ 50,27; e Usiminas ON valorizou 1,48% a R$ 49,52.
Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 3 de maio a 31 de agosto), Vale PNA (VALE5) caiu 1,88% a R$ 41,30; Itaú Unibanco PN (ITUB4) recuou 3,16% a R$ 34,35; BM&FBovespa ON (BVMF3) perdeu 1,59% a R$ 12,35 e Gerdau PN (GGBR4) depreciou 2,81% a R$ 24,91.
Agenda
Na véspera, a autoridade monetária norte-americana manteve a Fed Funds Rate entre 0% e 0,25% ao ano, como já era amplamente esperado. Mas é seu comunicado, afirmando que as condições financeiras estão menos favoráveis à recuperação da economia, que preocupa os investidores.
O número de pedidos e entregas de bens duráveis feitos à indústria norte-americana veio melhor que o esperado em maio, embora tenha recuado no período, enquanto o número de pedidos de auxílio-desemprego (457 mil) na última semana ficou abaixo das expectativas do mercado (460 mil).
Por aqui, destaque para a Pesquisa Mensal de Emprego, que mostrou que a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País em maio manteve-se praticamente estável frente a abril: 7,5%. Apesar da leve alta (0,2 p.p.) em relação a abril, a taxa de desocupação atingiu o seu menor nível para um mês de maio desde o início a nova série da pesquisa, em março de 2002.
O IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) da terceira quadrissemana de junho apontou deflação de 0,08%, taxa 0,11 ponto percentual inferior à vista na mediação anterior e inferior às expectativas do mercado.
Em sua Nota de Mercado Aberto referente ao mês de maio de 2010, , o Banco Central do Brasil revelou que o estoque total da DPMFi (Dívida Pública Mobiliária Federal Interna) avançou R$ 26,65 bilhões, ou 1,79%, na comparação com o mês anterior.
Dólar
Apesar do pessimismo mantido nos mercados, o dólar comercial operou sob forte instabilidade e após alternar entre perdas e ganhos durante a manhã, a moeda consolidou uma trajetória negativa durante a tarde, fechando o dia com queda de 0,17%, cotado na venda a R$ 1,789. Assim, a divisa dos EUA conheceu seu primeiro dia de desvalorização na semana.
No front doméstico, o Banco Central realizou mais um de seus costumeiros leilões de compra de dólares no mercado cambial à vista. A operação ocorreu entre as 15h29 e as 15h39 (horário de Brasília) e contou com uma taxa de corte aceita em R$ 1,7837.
Bolsas Internacionais
O índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, fechou em baixa de 1,68% e atingiu 1.074 pontos. Seguindo esta tendência, o índice Nasdaq Composite desvalorizou-se 1,63% a 2.217 pontos, da mesma forma, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, caiu 1,41% a 10.153 pontos.
Na Europa, o índice CAC 40 da bolsa de Paris registrou baixa de 2,37% e atingiu 3.555 pontos; no mesmo sentido, o índice FTSE 100 da bolsa de Londres desvalorizou-se 1,51% chegando a 5.100 pontos e o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, caiu 1,44% a 6.115 pontos.
Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou predominantemente em queda. O contrato de juros de maior liquidez nesta quinta-feira, com vencimento em janeiro de 2012, registrou uma taxa de 12,09%, 0,08 ponto percentual abaixo do fechamento de quarta-feira.
O mercado de títulos da dívida externa também fechou em queda. O título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou com desvalorização de 0,11%, cotado a 133,60% do valor de face. O Risco País recuou 1 ponto-base em relação ao fechamento anterior, atingindo 233 pontos base.
Confira os eventos previstos para sexta-feira
No Brasil, não serão divulgados indicadores relevantes.
Nos EUA, destaque para a versão final do PIB e de seu deflator, todos baseados no primeiro trimestre. Haverá ainda a divulgação da versão final do Michigan Sentiment de junho, que mede a confiança dos consumidores na economia norte-americana.
(com dados do Infomoney e Último Instante)
Análise Gráfica
Amanhã teremos jogo da seleção canarinho que enfrenta Portugal, o efeito copa deve levar a uma sessão com baixo volume de negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário